ESTE ESPAÇO É MEU, É SEU...DEIXE AFLORAR SEUS SENTIMENTOS,

SINTA-SE PARTE, ME ENSINE, FALE COMIGO, BUSQUE, CONTRIBUA, REALIZE, SEJA VOCÊ EM TODOS OS

MOMENTOS.


terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Maravilhosa analogia de Rubem Alves - preciso praticar mais a culinária e aprender com ela!


APRENDENDO DAS COZINHEIRAS
Rubem Alves

A se acreditar em entendidos em coisas de outros mundos, já  devo ter sido cozinheiro em alguma vida passada. É  que tenho um fascínio enorme pelas panelas, pelo fogo, pelos  temperos e por toda a bruxaria que acontece nas cozinhas, para a produção das coisas que são boas para o corpo. Não é só uma questão de sobrevivência. Os cozinheiros dos meus sonhos não se parecem com especialistas em dietética.
 Interessa-me mais o prazer que aparece no rosto curioso e sorridente de alguém que tira a tampa da panela, para ver o que está lá dentro. Minhas cozinhas, em minhas fantasias, nada têm a ver com estas de hoje, modernas, madeiras sem a memória dos cortes passados e das coisas que se derramaram, tudo movido a botão, forno de micro-ondas, adeus aos jogos eróticos preliminares de espiar, cheirar, beliscar, provar, perfurar... Tudo rápido, tudo prático, tudo funcional. Imaginei que quem assim trata a cozinha, no amor deve ser semelhante aos galos e galinhas, quanto mais depressa melhor, há coisas mais importantes a se fazer. Como aquele vendedor de pílulas contra a sede, da estória do "Pequeno Príncipe". Ir até o filtro é uma perda de tempo. Com a pílula elimina-se a perda inútil. “E que é que eu faço com o tempo que  eu perco?" — perguntou o Principezinho.  "...Você faz o que quiser", respondeu o vendedor." — Que bom! Então, é isto o que vou fazer, ir bem devagarzinho, mãos nos bolsos, até a fonte, beber água..." Quero voltar à cozinha lenta, erótica, lugar onde a química está mais próxima da vida e do prazer, cozinha velha, quem sabe com alguns picumãs pendurados no teto, testemunhos de que até mesmo as aranhas se sentem bem ali. Nada melhor que o contraste. A sala de visitas, por exemplo. Lá no interior de Minas, faz tempo. Retrato silencioso oval do avô, na parede; samambaia no cachepô de madeira envernizada; porta-bibelôs; as cadeiras, encostos verticais, 90 graus, para que ninguém se acomodasse; capas brancas engomadas pra que nenhuma cabeça brilhantinosa se encostasse; os donos dizendo em silêncio "está mesmo na hora", enquanto a boca mente dizendo "ainda é cedo", na hora da partida, junto com as recomendações á tia Sinhá (porque toda família tinha de ter uma tia Sinhá). Aí a porta se fechava, e a vida recomeçava, na cozinha... A porta da rua ficava aberta. Era só ir entrando. Se não encontrasse ninguém não tinha importância, porque em cima do fogão estava a cafeteira de folha, sempre quente, para quem quisesse. Tomava-se o café e ia-se embora, havendo recebido 0 reconforto daquela cozinha vazia e acolhedora. Eu diria que a cozinha é o útero da casa: lugar onde a vida cresce e o prazer acontece, quente... Tudo provocação corpo e sentidos adormecidos acordam. São os cheiros de fumaça, da gordura queimada, do pão de queijo que cresce no forno, dos temperos que transubstanciam os gostos, profundos dentro do nariz e do cérebro, até o lugar onde mora a alma. Os gostos sem fim, nunca iguais, presentes na ponta da colher para a prova, enquanto 0 ouvido se deixa embalar pelo ruído crespo da fritura e os olhos aprendem a escultura dos gostos e dos odores nas cores que sugerem o prazer... Cozinha: ali se aprende a vida. É como uma escola em que o corpo, obrigado a comer para sobreviver, acaba por descobrir que o prazer vem de contrabando. A pura utilidade alimentar, coisa boa para a saúde, pela magia da culinária, se torna arte, brinquedo, fruição, alegria. Cozinha, lugar dos risos... Pensei então se não haveria algo que os professores pudessem aprender com os cozinheiros: que a cozinha fosse a antecâmara da sala de aulas, e que os professores tivessem sido antes, pelo menos nas fantasias e nos desejos, mestres-cucas, especialistas, nas pequenas coisas que fazem o corpo sorrir de antecipação. Isto. Uma Filosofia Culinária da Educação. Imaginei que os professores, acostumados a homens ilustres, sem cheiro de cebola na mão, haveriam de se ofender, pensando que isto não passa de uma gozação minha. Logo me tranqüilizei, ouvindo a sabedoria de Ludwig Feuerbach, a quem até mesmo Marx prestou atenção: "O homem é aquilo que ele come". Abaixo Descartes. Idéias claras e distintas podem ser boas para o pensamento. Também bombas atômicas e as contas do FMI são boas para serem pensadas. Só que não podem ser amadas, não têm gosto e nem cheiro, e por isto mesmo a boca não as  saboreia e não entram em nossa carne. Imitar os que preparam as coisas boas e ensinam os sabores... A primeira lição é que não há palavra que possa ensinar o gosto do feijão ou o cheiro do coentro. É preciso provar, cheirar, só um pouquinho, e ficar ali, atento, para que o corpo escute a fala silenciosa do gosto e do cheiro. Explicar o gosto, enunciar o cheiro; pra estas coisas a Ciência de nada vale; é preciso sapiência, ciência saborosa, para se caminhar na cozinha, este lugar de saber-sabor. Cozinheiro: bruxo, sedutor. "— Vamos, prove, veja como está bom..." Palavras que não transmitem saber, mas atentam para um sabor. O que importa está para além da palavra. É indizível. Como ele seria tolo se avaliasse seus alunos por meio de testes de múltipla escolha. É assim com a vida inteira, que não pode ser dita, mas apenas sugerida. Lembro-me do mestre Barthes, a quem amo sem ter conhecido, que compreendia que tudo começa  nesta relação amorosa, ligeiramente erótica, entre mestre e aprendiz, e que só aí que se pode saborear, como numa refeição eucarística, os pratos que o mestre preparou com a sua própria carne... A lição dois é que o prazer do gosto e do cheiro não convivem com a barriga cheia. O prazer cresce em meio às pequenas abstenções, às provas que só tocam a língua... É aí que o corpo vai se descobrindo como entidade maravilhosamente polimórfica na sua infindável capacidade para sentir prazeres não pensados. Já os estômagos estufados põem fim ao prazer, pedem os digestivos, o sono e a obesidade. Cozinheiros de tropa nada sabem sobre o prazer. A comida se produz às dezenas de quilos. Pouco importa que os corpos sorriam. Comida combustível. Que os corpos continuem a marchar. Melhor se fossem pílulas. Abolição da cozinha, abolição do prazer: pura utilidade, zero de fruição. "— Estava boa a comida?" "— Ótima. Comi um quilo e duzentas gramas..."  Equação desejável, pela redução do prazer à quantidade de gramas. Não deixa de ser uma Filosofia... Como aquela que desemboca nos cursinhos vestibulares e já se anuncia desde a primeira série do primeiro grau. Não se trata da erotização do corpo. Para a engorda tais sensibilidades são dispensáveis. Artifício na criação de gansos, para a obtenção de fígados maiores: funis goelas abaixo e por ali a comida sem gosto. Afinal, por que razão o prazer de um ganso seria importante? Seus donos sabem o que é melhor para eles... Vi nossos moços assim, funis goela abaixo, e depois vomitando e pensando o seu vômito. A isto se chama ver quantos pontos se fez no vestibular... Entendem por que eu queria uma filosofia culinária de educação? É que temos tornado os criadores de ganso como modelos...
 Texto extraído do livro “Estórias de quem gosta de ensinar – O fim dos vestibulares”,
Papirus – São Paulo, 1995, pág. 133.

         O saber e o sabor

      (Beatriz Kappke à luz de Rubem Alves)

      Educar não é ensinar respostas
      É ensinar o aluno a pensar
      A inteligência plácida erotizar
      Que estará disposta a funcionar
      Somente quando há desafios a vencer!
       
      Aprender não é natural e nem espontâneo
      Acender a fogueira da busca é necessário
      De algo que não é instantâneo:
      A busca do conhecimento apropriado.

       Professor e aluno,
      Companheiros de jornada!
      Precisam juntos saborear o saber
      Para 'degustar o sentir',
      O ' sabor do aprender',

      E enfim,
      Do verdadeiro conhecimento se apropriar
      É disso que o povo precisa:
      Ter conhecimento e na prática aplicar
      Para ser feliz sem medo e nem divisa
      E o outro poder ajudar.


 



domingo, 9 de janeiro de 2011

Colocando os pezinhos para cima

Há tempos não viajo para descansar. Este ano ficarei uma semana no sítio de uma amiga querida, com direito, quem sabe, a uma esticadinha na praia, para sentir a areia sob os pés e renovar toda energia para começar o ano letivo. Não sou muito fã do mar, mas a brisa e ocheirinho da maresia, a areia molhada, a beira do mar, o sol (antes das 10h) e o som das ondas quebrando dá uma mega sensação de liberdade, de não ter hora pra nada, de deixar a vida levar...sabem?
Não deixem o blog só, participem da enquete, comentem, deixem o coração falar aqui.
Logo estou de volta.
Assinado: Dani off line

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Um lugar de lazer, esportes e saúde para nós! Jacareí: um lugar para se viver.

http://www.camarajacarei.sp.gov.br/i_informes/jacarei/jacarei_o%20hino.htm
                                                                     



Este espaço bonitinho, arborizado, convidativo é o nosso parque, inaugurado em 13/12/2008, em nossa cidade, Jacareí. Um local bacana, que se destina a todos: família que quer arejar a cuca, crianças que querem um parque com brinquedos, areia para pisar e relaxar, lugar para bater uma bola, pessoas que desejam se exercitar, fazer uma caminhada, corrida, jogar basquete, bocha, malha e até quem queira levar seu laptop e ficar navegando nos quiosques. Tem espaço até para um gostoso piquenique embaixo das árvores. As árvores ainda são bebês, em sua maioria, mas vão crescer e ficar frondosas de dar gosto! Ah! E ainda tem espaço para aquelas pessoas que acham que sabem jogar tênis, como eu, que nem espera a quadra secar. Como vocês podem perceber, espaço para todas as tribos.
Há tantas pessoas realmente IDIOTAS, me desculpem a franqueza, que chamam a nossa cidade de roça, província, periferia, apenas um bairro da cidade vizinha, etc, e assim ignoram a nossa história, o nosso valor, o início de tudo.
Jacareí foi fundada no ano de 1652, por Antônio Afonso e seus filhos.
Nossa cidade foi uma das primeiras a receber do governo estadual o curso ginasial em 23 de julho de 1893, quando o Dr. Lamartine Delamare Nogueira da Gama criou aqui o "Colégio Nogueira da Gama", que recebeu do Presidente da República, Dr. Manuel Ferraz de Campos Salles o reconhecimento de "Ginásio Nacional", pois era um dos poucos colégios existentes no Estado de São Paulo e um dos mais importantes do Brasil, atraindo a atenção e o interesse de tradicionais e importantes famílias para a matrícula de seus filhos.
Sendo assim, Jacareí recebeu a denominação pelo seu destaque no campo da educação e da cultura de "Athenas Paulista", em lembrança da velha cidade grega que é o berço da cultura e do saber.

Fonte: http://www.atenaspaulista.com.br/pagina.asp?chamada=quemsomos
Entendo que por ignorância muitas vezes julgamos as situações sem realmente conhecê-las. Mas quando falam mal de nossa cidade eu fico muito brava mesmo. Jacareí é carregada de cultura, de amor de mãe, de comidinha caseira, de gente de fé e de coragem. O povo daqui tem muitas histórias para contar e quando vejo gente daqui mostrando sua história, suas habilidades, fico imensamente feliz.
Tenho tantas coisas a colocar aqui, enaltecendo seus valores, suas relíquias mesmo.
Algumas delas...

Esta pesquisa séria e delicada foi realizada por gente daqui: Erica Turci e Tatiana Baruel, e conta como tudo começou. Eu tenho o meu!!!!!!!!!!!!Meu filho adora ouvir a parte da cobra grande. Isso é fantástico, poder passar aos nossos descendentes a história de onde nascemos e moramos e fazê-los sentir orgulho de ser de Jacareí, não importando se existem outros lugares no mundo onde se possa viver e conhecer.

Espetáculo Velho Mar - Grupo Tecelagem de JACAREÍ


Assisti esta peça em 2009 no antigo Trianon, hoje Educa Mais do centro.
Simplesmente delicada, emocionante, engraçada, premiada.
Era uma noite fria de junho, mas saímos de lá com o coração quentinho de tantas sensações gostosas que a peça nos trouxe.
Foto: Espetáculo Velho Mar - Ana Quina

Quero finalizar este post ressaltando o quanto tenho orgulho de ser e morar em JACAREÍ.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Esta é minha MÃE

Minha mãe sempre nos mostrou que estudar era muito importante e nos acompanhou muito bem nos estudos até a adolescência.
Apesar de não ter tido a oportunidade de seguir em frente com os seus estudos, é e sempre foi uma pessoa culta, atualizada, leitora compulsiva e zelava para que eu e minha irmã tivéssemos uma boa formação. Cresci vendo minha mãe devorar os livros da Agatha Christie (toda a coleção) e adquirir seus livros pelo Círculo do Livro (lembram??).
Eu sempre desejei que ela e meu pai retomassem os estudos. Meu pai, veterano turrão jamais cogita tal, segundo ele, maluquice. Minha mãe, no dia 17/12/10, nos deu o maravilhoso orgulho de participar de sua formatura do Ensino Médio. Sim, ela pode e provou isso a si mesma. Sei que ela irá além e logo,logo ingressará na faculdade.
Mãe você me dá tanto orgulho!!!
Obrigada por seguir em frente e por acreditar em você, nas suas habilidades infinitas, na sua competência inegável e agora regados à maturidade.
Te amo muito.
Conte sempre comigo.

A escola que temos hoje não abarca as transformações da vida.

Os recursos aos quais nossas crianças e jovens têm acesso atualmente são do tamanho da velocidade da informação, da tecnologia avançada que inebriam a "galera". Diante disso temos estudantes cada vez menos interessados pelos conteúdos escolares que ainda são trabalhados nos moldes antigos, apesar de muitos professores buscarem inovações e alternativas diversas em suas didáticas. A escola hoje rema contra a maré. Não temos mais o modelo familiar em que as mães se dedicavam aos filhos integralmente. Hoje o aluno que quer estudar o faz por vontade e interesse e aquele que não quer não precisa, na maioria dos casos, prestar contas a ninguém. Os interesses são outros. Os alunos são outros e as famílias também. E os professores estão lá, perdidos entre o que fazem, o que lhes cobram, como se a responsabilidade em fazer dar certo fosse somente deles, entre sua luta interna, pois acreditam que pode dar certo, ou não estariam mais ali.
Gilberto Dimenstein, em sua coluna semanal na Folha, desabafa: "a escola útil para preparar o jovem ao mercado de trabalho só sobreviverá se puder ajudar o aluno a gerir a enxurrada de dados e a se tornar um pesquisador permanente. Devido à enorme quantidade de dados disponível, a sociedade será mais escolarizada, a começar das empresas, nas quais o fundamental será produzir, administrar e transmitir inovações a seus funcionários. Cinemas, teatros, exposições, museus e centros culturais terão fortes núcleos educativos para a formação do público".
Estará a escola preparada para isso?

ETERNO POETA: VINÍCIUS DE MORAES - "Samba da Bênção"


Ouvi esta delicadeza de canção no filme "Comer, rezar, amar" e meu coração se alegrou. A nossa música fala realmente ao coração e merece ser tocada em todos os cantos.

Chuva,chuvisco, chuvarada

Dia chuvoso, nada de caminhada na praça. Dias assim pedem uma pratada de bolinhos de chuva, os famosos "sonhos" que minha vó Maria fazia e que hoje deixam minha casa com cheiro de saudade, de infância, daquela lambida na vasilha que sempre eu e minha irmã disputávamos com unhas e dentes.
Dias assim pedem além da pratada de bolinhos, um bom filminho na TV e a família amada ♥ reunida.
A chuva vem lavando os caminhos para os novos passos de 2011. Chuva abençoada.
Ah! A data da foto saiu errada!