Sempre fui intimamente ligada à educação e desde os meus 16 anos fui me construindo dentro dela, como uma lagarta dentro do casulo. Aliás ainda me considero lagarta e como diria sensatamente Paulo Freire, a beleza do ser que se considera inacabado será sempre permeada pelo prazer em aprender, pela sede de buscar e conhecer. Inicio 2011 em sala de aula, onde diariamente tento vencer minhas dificuldades e avaliar minha postura, repensar a minha prática na incerteza de estar fazendo a coisa certa. Tenho participado das formações da rede em que atuo e estou encantada com os estudos, com as descobertas, com a construção coletiva. Esses dias fazendo compras em um supermercado encontrei uma ex-colega de trabalho que relatou o quanto aprendeu comigo quando eu era Coordenadora Pedagógica em uma creche-escola. Fiquei feliz ao ouvir aquilo, mas pensei ao mesmo tempo, que o conhecimento não é um bem, é uma herança, é uma bagagem que vai somando por todos os lugares por onde passamos e que compartilhar o que aprendemos é uma missão de todo educador. Não sei se saberia fazer outra coisa que não estivesse ligada à missão de melhorar o mundo e beneficiar o lado humano da vida. Há quem diga que a educação infantil é a coisa mais fácil do mundo, que é só brincar, que é "baba", utilizando a expressão tal e qual ouvi de uma pessoa certa vez, mas só que está sensivelmente entregue a ela todos os dias sabe o quanto pensar existe por detrás de cada ação nossa e o quanto este pensar nos mobiliza, nos move intensamente. O fazer educativo me transforma, me ensina, me consome, me intriga, me sensibiliza, me faz buscar melhores estratégias, me faz pensar, repensar e agir, melhora o ser que sou, me faz acreditar num mundo melhor, não me deixa desistir. Desejo que em 2011 possamos traçar um belo percurso e como diria Rubem Alves: "os alunos são companheiros da grande aventura que é viver".
E você, qual é a sua história na educação?
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